Como reconhecer um charlatão

Tem um texto antigo no site da Sociedade Brasileira de Diabetes que trás 12 “dicas” para reconhecer um charlatão, achei bem importante, principalmente nesse momento de verão pós festas de fim de ano, que tem muita gente preocupada com o peso. Por isso vou colocar aqui um “resumo comentado” do texto, mas quem quiser ler na íntegra, é só clicar aqui.

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Quando se trata de saúde, é preciso ter muito cuidado: na melhor das hipóteses, a abordagem proposta por um charlatão será ineficaz… o problema é quando esse tratamento traz prejuízos para a saúde, como o surgimento de doenças ou o não tratamento e agravamento de doenças já existentes.

1. Uma linguagem excessivamente técnica muitas vezes é usada para confundir o paciente, e nós temos o direito de sermos informados das alternativas e detalhes do tratamento, de maneira clara. Ninguém é obrigado a entender “mediquês”, o profissional da saúde deve falar de uma forma fácil de entender (a linguagem técnica a gente pode deixar pros artigos, congressos e pra falar com outros profissionais).

2. Especialidades que não existem: nutriendocrinologia, medicina quântica, especialista em low carb, ortomolecular… todas essas “áreas de atuação” não são reconhecidas pelos conselhos de classe (medicina, nutrição), isso quer dizer que elas tem pouco ou nenhum embasamento científico para serem aplicadas na população… não se sabe se funcionam, nem os prejuízos que podem trazer (low carb é uma estratégia nutricional e como qualquer outra estratégia não pode ser a única opção).

3. Glamour demais pode ser uma estratégia de marketing: clínicas extremamente luxuosas, consultas a precos exorbitantes, tratamentos caríssimos que ninguém nunca ouviu falar… muitas marcas de luxo fazem bem parecido.

4. Artigos de má qualidade: existem artigos publicados com os mais diversos resultados, dá até pra escolher… e isso que muitos “profissionais” fazem, usam aquele artigo minúsculo, feito com células em laboratório para “comprovar” seu ponto de vista. Saiba que estudos que foram feitos em laboratório, seja com células ou cobaias não podem ser replicados em humanos.

5. Aquela lista imensa de exames, se forem solicitados antes da consulta, pior ainda! Exames só são “benéficos” quando tem uma necessidade real, a gente tem mania de achar que o médico tem sempre que pedir um exame pra “valer” a consulta, mas nem sempre é necessário. E os charlatães adoram aquela lista imensa de exames dos mais variados, às vezes de mais de uma página e que custam uma fortuna.

6. Cointervenções: um belo exemplo disso é o HCG associado a uma dieta hiper-restritiva, acompanhado de uma porção de manipulados. E, no caso dos manipulados, pode haver até mesmo substâncias ilícitas (até mesmo anabolizantes) na receita, o que torna o “tratamento” ainda mais prejudicial.

7. “Quanto mais complexo e ritualístico for o tratamento, mais forte é o sugestionamento e o efeito placebo”… Uma rotina saudável tem que ser (e é) fácil de seguir.. é mais simples do que pode parecer.

8. Promessas, muitas promessas… corpo perfeito, rejuvenescimento ou “anti-aging”, disposição, sono tranquilo, fim do desejo por doce, mais memória,…

9. Charlatão cita charlatão. É medico que copia o tratamento de Dr. Fulano-Famosão, é nutricionista que baseia suas recomendações no que diz o mesmo Dr, é terapeuta-não-sei-o-que que usa a mesma tática…

10. Polarização: para esses profissionais o mundo é dividido entre o bem o mau, o natural x industrializado, inovação x “medicina tradicional retrógrada… o charlatão é o ser do bem que vem nos libertar de toda máfia da medicina tradicional e “do mal”.

11. “Incriticabilidade”: ele adora criticar a medicina/nutrição tradicional, mas, quando é “colocado” contra a parede costuma reagir mal, sendo até mesmo agressivo.

12. Ficha suja: é comum que esses “profissionais” carreguem nas costas processos éticos e até mesmo judiciais, mas eles se dizem injustiçados e perseguidos pelos invejosos da medicina “tradicional e corrupta” e seus pacientes acreditam…

 

Fonte: site da Sociedade Brasileira de Diabetes
Imagem: Google

 

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